
Casal de machos chocou ovo rejeitado pelos pais biológicos em zoo e agora cria filhote adotivo.
Dois pinguins machos "gays" chocaram um ovo abandonado e agora estão criando o filhote como se fossem pais adotivos, informou o zoológico de Bremerhaven, no norte da Alemanha.
O zoológico entregou aos machos Z e Vielpunkt o ovo, que havia sido rejeitado pelos pais biológicos, depois que o casal foi observado tentando chocar uma pedra.
Segundo o zoológico, o casal parece feliz criando o filhote, nascido há quatro semanas.
O zoológico de Bremerhaven ficou conhecido em 2005 por conta de seus planos de "testar" a orientação sexual de pinguins com características homossexuais.
Na época, três casais de pinguins machos foram vistos tentando cruzar um com o outro, e tentando chocar pedras, entre eles Z e Vielpunkt.
O zoológico chegou a providenciar quatro fêmeas em uma tentativa de levar a espécie ameaçada a se reproduzir, mas o plano foi logo abandonado depois de causar revolta entre defensores dos direitos gays, que acusaram o zoo de interferir no comportamento dos animais.
Os seis pinguins "gays" permanecem no zoológico, e segundo a instituição, "Z e Vielpunkt aceitaram o 'presente de Páscoa' e começaram a chocá-lo imediatamente".
"Desde o nascimento do filhote, eles vêm se comportando do modo que você esperaria de um casal heterossexual. Os dois pais felizes passam os dias protegendo, cuidando e alimentando seu filhote adotado."
Os pinguins de Humboldt são normalmente encontrados na costa do Peru e do Chile, mas segundo a agência de notícias AFP, sua população vem decrescendo por causa da pesca intensiva na região.
O comportamento "gay" entre pinguins machos já havia sido observado, inclusive alguns teriam criado filhotes adotivos.
O comportamento homossexual é bastante documentado entre várias espécies animais, mas não é compreendido em detalhes, afirma o professor Stuart West, um biólogo especializado em evolução da Universidade de Oxford.
Segundo West, algumas teorias indicam que a atividade homossexual pode servir objetivos diferentes - no caso dos macacos bonobos, por exemplo, poderia estar relacionada à ligação social e ao estabelecimento da dominância. Em algumas espécies de pássaros, fêmeas se juntam para criar os filhotes.
Outros animais podem simplesmente exibir uma "tendência a acasalar", enquanto outros podem, como seres humanos, gostar de sexo sem fins para procriação.
"A homossexualidade não é incomum entre os animais", declarou o zoológico de Bremerhaven.
"Sexo e acasalamento no nosso mundo não necessariamente têm algo a ver com reprodução."
Fonte: G1
O antigo e gasto contraste Animal X Homem
Aqui o que mais importa não é o fato dos pinguins serem do mesmo sexo ou não. Isso é o de menos! O que ficou mais patente com a situação foi o banho que os animais sempre dão nos humanos. Mais uma vez, eles nos ensinam que há coisas muito mais importantes do que os rótulos que só nós, humanos, nos damos o tempo todo: gays, héteros, gordo, magro, feio, bonito, rico, pobre, burro, inteligente... Os animais não perdem tempo com isso, com essas bobagens. Eles, na sua animalidade, conseguem ser mais humanos que nós.
Ou nós não queremos sempre nos orgulhar por atos heroicos, grandiosos, atitudes generosas e despreconceituosas?
E sempre que há alguma ocorrência em que um ser shumano comete um crime bárbaro, dizemos logo que foi algo irracional, brutal, animalesco.
Analisemos.
O que fazemos de heroico, de grandioso, todas as ações solidárias e humanitárias supostamente já fazem parte da nossa "índole" generosa e altruísta, própria de um ser racional, ou seja, que pensa.
Mas e tudo que fazemos de mal? As crueldades inacreditáveis contra os animais, as atrocidades contra a natureza, os crimes cada vez mais monstruosos uns com os outros, e isso tudo? Ah, isso é algo instintivo, animalesco, irracional.
Pois bem. Da forma que caminha a humanidade, as mudanças estão ocorrendo em todas os aspectos. Nada pára, tudo está em constante movimento, sempre. Para melhor e para pior. E o entendimento dessas coisas é algo cada vez mais complicado, pois geralmente nos foge a análise do lógico, pois não dá mais para descrever exatamente quem é generoso e quem é irracional. E é ululante que está breve o dia em que esses adjetivos mudarão ou no mínimo, transitarão, a sua referência semiótica.
Se é que me entendem...
Claudia Pinelli.