Apesar das impressionantes sete vidas, a verdade é que há dias em que os gatos também se sentem fracos e cansados. Por vezes, logo que percebem que não estão 100%, mas não querem preocupar seus tutores, retiram-se e sofrem sozinhos, na esperança de que aquilo que os aflige vai passar rapidamente.
Claro que isto nem sempre será o melhor remédio, por isso, e como sempre, contam com os maravilhosos donos para os manter saudáveis.
Esteja atento aos sintomas a seguir – todos têm a ver com as principais doenças que afetam os gatos – e nunca se esqueça da consulta anual no Veterinário.
Peritonite Infecciosa Felina (PIF)
O que é?
Um vírus que contamina o abdômen, o fígado, rins, cérebro e sistema nervoso, criando, nessas zonas, abcessos e infecções. A transmissão pode ocorrer de duas formas: através do contato do gato saudável com as fezes de um felino contaminado (por exemplo, se existem vários gatos a partilhar a mesma caixinha sanitária) ou através da amamentação, em que a gata infecta as suas crias.
Sintomas?
Perda de apetite, emagrecimento, anemia, diarreia, febre constante, abdômen distendido, gânglios linfáticos aumentados (até dá suores frios só de pensar!).
Cura?
Infelizmente, esta é uma doença fatal, não existindo qualquer cura. Uma vez diagnosticada, podem não viver muito mais tempo. Aqueles que conseguem fazer frente à PIF, podem viver mais dois anos no máximo, com a ajuda de um tratamento de apoio.
Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV)
O que é?
Afetando exclusivamente os gatos, o FIV é um vírus que diminui drasticamente as capacidades imunitárias, o que proporciona o fácil aparecimento de infecções e outras doenças. É transmitido por um gato infectado, nomeadamente na transmissão de sangue, sendo este gênero de contato extremamente frequente durante as “lutas” de gatos onde as “mordidelas” provocam feridas abertas.
Sintomas?
Podem viver muitos anos (até cinco!) antes de descobrir se são FIV positivos mas, se sintomas como falta de apetite, emagrecimento, febre, diarreia ou dificuldades respiratórias persistirem, é melhor levá-lo ao Veterinário para fazer o teste.
Cura?
Uma vez transmitido, o vírus aloja-se no corpo para sempre. Não existe cura, mas podem viver uma vida normal e longa, desde que o dono proporcione uma alimentação saudável e equilibrada, complementada com suplementos vitamínicos; que assegure que as vacinas estejam sempre em dia, mantendo-se sempre atento à condição física; e, claro, mantê-los dentro de casa (não se preocupe, eles até gostam!) para não correr o risco de ficarem doentes e para não poder infectar nenhum dos conterrâneos.
Vírus da Leucose Felina (FeLV)
O que é?
Tal como o FIV, também o FeLV é imunodepressivo, retirando do sistema imunitário, de forma gradual, a capacidade de se defender contra as doenças ou infecções mais banais, podendo essas ser, muitas vezes, fatais. Para além de um maior risco em contrair infecções várias, o FeLV está também associado ao desenvolvimento de tumores ou leucemias mortais. Este vírus, que só pode ser transmitido entre gatos, transmite-se pela saliva, lágrimas, urina, fezes ou através do leite, na fase da amamentação.
Sintomas?
A descoberta do vírus do FeLV é normalmente antecedida por sintomas como: perda ou falta de apetite, anemia, diarreia, doença respiratória crónica, infecções crônicas da boca, abcessos persistentes e recorrentes. No entanto, cerca de 25 a 30% dos gatos contagiados rejeitam o vírus, evitando assim a infecção; aproximadamente 30% mantém uma concentração elevada do vírus no sangue, com o risco de contrair linfoma ou outra doença associada ao FeLV; os restantes 40% desenvolvem uma infecção que acaba por passar, mas tornam-se portador do vírus, que poderá ser facilmente ativado se o sistema imunitário estiver debilitado ou exposto a outras doenças.
Cura?
Não existindo ainda qualquer cura, dependem dos cuidados paliativos e de alguns cuidados básicos como a boa alimentação e alguns suplementos vitamínicos; evitar o contato físico com outros animais; não partilhar comedouros, bebedouros, brinquedos e caixas sanitárias; e manter-se dentro de casa. Em média, um portador deste vírus vive dois anos, mas existem estudos que apontam para uma taxa de sobrevivência de três anos e meio para cerca de 83% dos felinos. Entretanto, existe uma vacina contra o FeLV que o seu gato pode e deve levar. Informe-se junto ao Veterinário.
Síndrome Urológico Felino (SUF)
O que é?
Engloba um conjunto de problemas inflamatórios no sistema urinário dos gatos, nomeadamente a cistite (inflamação da bexiga), a infecção (o sangue, o muco e outros produtos associados à zona inflamada proporcionam a multiplicação de bactérias); urolitiase/bloqueio utretral (a cristalização de minerais e a irritação da bexiga e da uretra provocam a formação de cálculos que podem entupir ou dificultar a saída de urina); uremia (acumulação de detritos intoxicantes no sangue, o que é muito perigoso; a inabilidade de urinar significa a acumulação de urina na bexiga e a incapacidade dos rins eliminarem os resíduos).
Sintomas?
Uma enorme dificuldade em urinar (mesmo pequenas quantidades!) ou a incapacidade de o fazer por completo. Se verificar que seu gato não urina no local habitual ou se a urina está manchada de sangue, leve-o ao Veterinário! No caso da uremia, existem ainda outros sintomas – depressão, vômito, fraqueza e colapso – que podem levar ao coma ou à morte.
Cura?
Sendo uma doença bastante comum nos gatos, é facilmente tratada, a começar pela administração de medicamentos adequados e que o Veterinário receitará. Só em casos extremos é que se pode necessitar de uma intervenção cirúrgica. Para evitar o SUF por completo, bastam alguns cuidados simples: uma alimentação salutar, rações de elevada qualidade, a ingestão de muita água, ambientes anti-stress e anti-doenças.
Diabetes
O que é?
A diabetes é uma doença causada pelo aumento da quantidade de glicose sanguínea, ou seja, de açúcar no sangue. No entanto, é melhor definida como a incapacidade do pâncreas de produzir insulina, a hormônio que regula os níveis de sangue no açúcar. À medida que a glicose se vai acumulando, e na falta da preciosa insulina, o organismo tenta eliminá-la das mais variadas formas e aí surgem os diferentes sintomas. Para além da predisposição genética, a diabetes ataca principalmente os gatos obesos.
Sintomas?
Normalmente, esta doença evidencia-se nos gatos a partir dos seis anos de idade, manifestando-se através de uma sede excessiva, o que os leva a urinar muito mais do que o habitual; juntamente com a perda de peso, apesar do seu apetite normal, que entretanto pode ter aumentado.
Cura?
Como em qualquer situação relacionada com a saúde, quanto mais cedo for detectada a doença, mais depressa se começa a tratá-la convenientemente. Felizmente para os felinos (e para vocês também!) a diabetes é uma condição que pode ser perfeitamente controlada! Como? É preciso tomar insulina e seguir uma dieta específica durante o resto da vida.
Obesidade
O que é?
Um em cada dez gatos é obeso, ou seja, tem peso a mais (terá a ver com a dupla comer e dormir!?) e as causas são várias: vida sedentária, muitas guloseimas e restos de comida na alimentação, deixar o prato de comida sempre à disposição, o dar de comer entre refeições ou cada vez que eles pedirem.
Sintomas?
Este desequilíbrio nutricional que depressa se evidencia através da acumulação de gorduras indesejadas e pouco saudáveis, pode ter efeitos nocivos a longo prazo: diabetes, problemas pulmonares, dificuldades cardíacas, problemas locomotores e articulares. E qualquer uma destas doenças diminui drasticamente a esperança de vida (nem as outras seis vidas podem salvá-los aqui!).
Cura?
Não há outro remédio senão incutir bons hábitos no quotidiano do seu felino… Estabelecer um horário fixo para as refeições, que devem ser apenas duas por dia; e incentivar os gatos a brincarem e a algum exercício físico regular.
Fonte: Ronronar
Texto editado por Claudia Pinelli.
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